sábado, 13 de fevereiro de 2016

A mil

Acordei com a cabeça a mil.

O motivo? Meu cabelo!

Muitos podem pensar, as pessoas com tantos problemas e essa besta preocupada com o cabelo? Sim!

Meu cabelo quando eu era criança era crespo, cheio de molinhas, um amor.
Mas para as pessoas em meu redor: era muito difícil de cuidar, se fosse liso seria mais fácil. Toda manhã era um martírio. Minha mãe com um borrifador, entupindo meu cabelo de Yamasterol (que nos anos 90  não era tão queridinho quanto é hoje), além de puxar tanto o cabelo para desembaraçar que eu chorava. Não culpando minha carinhosa mãezinha, de forma alguma. Naquela época não tinha internet, e o cabelo crespo era inexistente na mídia. Depois da sessão de tortura, vinha a segunda parte: prender o cabelo. mas não era qualquer prender: tinha que puxar o meu cabelo até eu ficar com os olhos puxados. E depois pra soltar, meu pobre couro cabeludo ficava dolorido. Foi assim a minha infância toda.

Acredito que todas as meninas nascidas nos anos 90 me entenderam nesse parágrafo.

E volto ao início: pq nessa manhã de sábado eu acordei com a cabeça a mil?

Eu fiz progressiva a mais ou menos um mês. E nunca fui tão infeliz na minha vida.
O que era pra ser uma facilidade, virou outra sessão de tortura atual.

NÃO PODE LAVAR O CABLO TODO DIA;
TEM QUE SECAR O CABELO COM O SECADOR SEMPRE;
TEM QUE USAR PROTETOR TÉRMICO;
NÃO PODE TOMAR BANHO DE CHUVA E NEM DE PISCINA;
TEM QUE USAR SHAMPOO ESPECÍFICO...

Quantas restrições. Tudo isso para ficar parecidinha com as coleguinhas.

NÃO VALE A PENA!

Gente, quanto preconceito sofri na escola (principalmente) por ter o cabelo cacheado (na adolescência meu cabelo ficou naturalmente menos crespo, o considero cacheado desde então)?
Quantas vezes me olhei no espelho, me detestando também por conta do cabelo?

Meu cabelo era a minha identidade. Vendo fots antigas não me reconheço mais. E isso não é no bom sentido...

A partir de hoje não farei mais alisamentos no meu cabelo.

E a minha cabeça acordou a mil, desde os tempos de escola. Como no dia em que fui eleita a mais feia da turma por ter cabelo crespo, nariz grande e ser "gorda" (vestia calça tamanho 42). E hoje que sou mais magra (uso calça 36) e estou de cabelo liso, como me sinto? Como naquele dia...

O que eu quero dizer com esse texto enorme é que: se amem seja lá como forem! Mudem as coisas realmente importantes (não me arrependo de ter adquirido melhores hábitos alimentares e fazer exercício), reflitam, se olhem, tirem selfies! Cada pessoa é linda de uma maneira única, e apenas uma é definida como LINDA. Por isso liguem aquele botão, aquele mesmo: FODA-SE (http://www.myinstants.com/instant/foda-se-opera/ esse é bem interessante).

Se amem, sempre.